O LIVRO DOS ESPIRITOS - Estudo 43
O LIVRO DOS ESPIRITOS - Estudo 43
Livro Primeiro
As Causas Primárias
Capítulo I
Deus
I. Deus e o Infinito
II. Provas da Existência de Deus
III. Atributos da Divindade
IV. Panteísmo
III - Atributos da Divindade - 10 a 13
"(...) 10 - O homem pode compreender a natureza íntima de Deus?
—Não. Falta-lhe para tanto um sentido.1
Conhecer a natureza de Deus, pressuporia conhecer condições anteriores, espécie, índole, caráter e nesse caso Allan Kardec teria perguntado na questão numero um quem e não que, conforme o já estudado.
Estes detalhes constitutivos, estruturais do ser, o homem nesse momento evolutivo, não traz em si registros, não dispõe de conhecimentos que lhe permitam penetrar, comparar, estabelecer sínteses racionais para explicar como Deus surgiu,, do que é feito, questionamentos sem condições de serem aclaradas.
Situações mais próximas de nós, como por exemplo, a origem do homem organicamente falando, ainda giram no campo da especulação com teorias altamente aceitáveis e ainda assim, defrontando-se com correntes que se não rechaçam, questionam.
Como, envoltos no bom senso, poderíamos penetrar nesse entender claro da natureza de Deus?
No decorrer desses estudos, destacou-se que a idéia que o homem faz de Deus, é relativa ao grau intelectual do momento evolutivo dos povos sendo diferentes nas diversas raças e regiões que refletiam em si, segundo a idéia aceita, o grau espiritual desse povo, região ou raça.
Tal fato, identificando em todas as eras da Humanidade, seu estágio de desenvolvimento intelectual falam da idéia relativa que difere do absoluto único e que mostram exatamente ser impossível conceber, definir a personalidade divina.
"(...) Nosso Deus e um Deus ainda desconhecido, qual o era para os Vedas e para os sábios do Areópago em Atenas. A noção de alguns eminentes pais da Igreja cristã e de alguns esclarecidos teólogos modernos, aproxima-se, mais que outras quaisquer, desse Deus Desconhecido. Mas como compreendê-lo, quando nenhum Espírito criado, nem mesmo os anjos (se é que existem) poderiam fazê-lo?".2
A Doutrina Espírita atem-se à presença de uma Causa Inteligente que dá razão à Vida dinâmica, envolvente, inalienável e permanente do Espírito. Este é o ser inteligente, imortal no qual a presença Dele é força positiva, oferecendo continuamente espaços para o crescimento e desabrochar desse Espírito. A justiça se exerce, não no arbítrio das condenações, privilégios ou intercessões, mas na misericórdia que sustenta a Vida sob ação das leis de Justiça, Amor e Caridade.
"(...) 11 - Será um dia permitido ao homem compreender o mistério da Divindade?
— Quando seu Espírito não estiver mais obscurecido pela matéria, e pela sua perfeição tiver se aproximado dela, então a verá e compreenderá. 1
Comenta Allan Kardec:
"(...) A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que o seu senso moral se desenvolve, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas, e ele faz então a seu respeito, uma idéia mais justa e mais conforme com a boa razão, embora sempre incompleta". 1
"(...) 12 - Se não podemos compreender a natureza íntima de Deus, podemos ter uma idéia de algumas de suas perfeições?
—Sim, de algumas. O homem as compreende melhor, à medida que se eleva sobre a matéria; ele as entrevê pelo pensamento". 1
Se nesse momento não se consegue definir, descrever, circunscrever Deus por não dispor de elementos para configurá-lo, tem, entretanto o homem condi%E